TUTTI MONDES JUNTOS
Não se encherga o mundo como ele é, mas sim como se aprendeu a ver.
Percepções
Atenção, percepção, memória, consciência e emoções. Esses são os conceitos mais frequentemente emprestados da psicologia cognitiva para definir aspectos clínicos das atividades cerebrais. Agora falaremos sobre as PERCEPÇÕES
"Não se enxerga o mundo como ele é, mas sim como se aprendeu a ver." - Villarouco
A percepção é então esse processo de colocar as informações dentro do que a memória permite reconhecer, unidas a fim de identificar situações de perigo, posicionamento espacial, reconhecimento de formas. Contudo, parte desse reconhecimento envolve preencher lacunas e reaproveitar padrões mais recorrentes, anulando certos elementos de variabilidade de informações nesse processo. Essa característica de funcionamento é o que favorece a existências de fenômenos cognitivos como a constância perceptiva e as ilusões perceptivas. No caso da constância perceptiva, as informações recebidas do ambiente são variáveis, mas a percepção se mantém constante.
A constância perceptiva é o que permite que alguns aspectos daquela experiência sejam detectados como essenciais para o reconhecimento de elementos e outros possam ser desprezados nesse processo. Esse processo é tão dependente do que aprendemos e memorizamos, mas não do que vemos diante dos nossos olhos.
As repetições das nossas experiências estabelecem o que mais se repete como aquilo que será lembrado, e as variações desses momentos serão esquecidas. Aquilo que se esquece para reconhecer é o que permite a constância perceptiva, o que é essencial para termos a capacidade de abstração. Há o que chamamos de constâncias perceptivas de forma, tamanho e cor.
A primeira, a constância da forma, permite o reconhecimento de rosto, objetos, estímulos, por desprezar a variação de alguns elementos.
Já a constância de tamanho envolve a interpretação da variação do espaço que uma imagem ocupa em relação a nós mesmos a depender do tamanho comparado dos outros elementos do ambiente.
E a constância da cor, que é a tendência que uma superfície ou objeto tem de ser percebido como tendo a mesma cor quando os comprimentos de onda mudam. Sem ela, as mudanças de um ambiente com luz amarela para outro com luz branca mudaria tanto as cores dos objetos e dos seres naquele ambiente que não o reconheceríamos.
O cérebro tenta manter uma visão que favorece o reconhecimento daquele ambiente, por mais que a luz mude rapidamente. Essas constâncias e pistas perceptuais são ferramentas que economizam muita energia cerebral e guiam a experiência perceptual.
Referência: Villarouco, Vilma; Ferrer, Nicole; Paiva, Marie Monique; Fonseca, Julia; Guedes, Ana Paula. Neuroarquitetura